O legado de Tarsila do Amaral para a arte brasileira é inestimável, e sua importância foi celebrada em 2 de setembro de 1986, com a exposição “Tarsila do Amaral: 100 Anos de Arte”.
Nascida em Capivari, interior de São Paulo, em 1886, Tarsila foi uma das vozes mais influentes do movimento modernista no Brasil.
Ela não somente absorveu as inovações artísticas de Paris, onde estudou com mestres como Fernand Léger, mas as reinterpretou com um olhar profundamente brasileiro.
Sua jornada artística pode ser ordenada em fases distintas, cada uma com suas características e obras icônicas. A exposição de 1986 trouxe essas fases à luz, permitindo ao público uma imersão completa em seu universo criativo.
Fases e Obras Emblemáticas
Nota sobre as Imagens: As ilustrações apresentadas neste artigo foram criadas seguindo o estilo característico de cada fase da artista Tarsila do Amaral, mas, não são reproduções de suas obras originais.
Elas buscam representar visualmente a estética e os temas de cada período abordado. Para ver as obras originais, acesse o link destacado em azul, com o nome da obra.
Fase Pau-Brasil (1924–1928)
Marcada pelo encontro de Tarsila com o poeta Oswald de Andrade, essa fase representa um mergulho na brasilidade. As obras são caracterizadas por cores vibrantes e temas que celebram o cotidiano e a natureza do país.
A tela “A Cuca” (1924) é um dos maiores destaques, com suas formas orgânicas e um toque de fantasia que remete ao folclore. Outra obra-prima é “O Vendedor de Frutas” (1925), que retrata a vida simples do campo com um colorido intenso e uma geometria suave.
Fase Antropofágica (1928-1930)
Foi nesse período que Tarsila e Oswald de Andrade desenvolveram o Manifesto Antropófago. O movimento defendia a “devoração” da cultura estrangeira para transformá-la em algo autenticamente brasileiro.
O quadro “Abaporu” (1928), a obra mais famosa de Tarsila, se tornou o símbolo desse movimento.
Com sua figura solitária, desproporcional e sentada ao lado de um cacto, o quadro simboliza a ideia de “homem que come gente” (significado da palavra tupi-guarani), representando a absorção cultural.
Outra obra importante dessa fase é “Antropofagia” (1929), que expande o conceito em uma composição mais complexa.
Fase Social (a partir de 1930)
Após a Crise de 1929 e o impacto da Revolução de 1930 no Brasil, Tarsila passou a abordar temas sociais. A tela “Operários” (1933) é a mais conhecida desse período.
O quadro mostra a diversidade étnica dos trabalhadores da indústria, refletindo as preocupações sociais e políticas da época e um afastamento do lirismo anterior.
A exposição de 1986 foi crucial para solidificar a posição de Tarsila do Amaral como uma das maiores artistas do Brasil.
Suas obras, que mesclam a modernidade europeia com a identidade nacional, são hoje fundamentais para a compreensão da cultura brasileira.
A mostra serviu para introduzir seu trabalho a uma nova geração, reafirmando seu status como uma figura-chave na história da arte.
O Legado de Tarsila e o 02 de setembro na história
O impacto de Tarsila vai além de suas telas. Sua visão influenciou artistas, escritores e intelectuais, e sua estética continua a ser estudada e celebrada.
A exposição de 1986, que marcou o centenário de seu nascimento, foi um lembrete do poder de sua arte e de como ela conseguiu capturar a essência do Brasil em cores e formas.
O 02 de setembro na história da arte brasileira é, portanto, um dia para se celebrar o legado de Tarsila do Amaral e o modo como ela ajudou a definir uma estética nacional.
Outros Eventos do 02 de setembro na história da arte/cultura
1937: O escritor inglês J. R. R. Tolkien lança o livro O Hobbit, que se tornaria uma das obras mais influentes da literatura de fantasia.
1945: O Vietnã declara sua independência da França, um evento que teve impacto significativo na cultura e na história do país.
1998: Nasce o grupo de K-pop Girls’ Generation, que se tornaria um dos mais populares e bem-sucedidos da história da música coreana